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ARQUIVO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

Endereço: Rua Riachuelo, 1031, Centro Histórico, Porto Alegre / RS, 90010-273.
Telefone: (51) 3288-1399
E-mail: apers@seplag.rs.gov.br
Portal: www.apers.rs.gov.br

Redes Sociais: facebook.com/ArquivoPublicoRS/ e

instagram.com/arquivopublicors

Horário de Funcionamento:
Segundas às Sextas, das 8h30min ás 17h

 

Serviços Prestados: 

TELE ATENDIMENTO: fornecimento de fotocópias de documentos para fins probatórios, no máximo de 28 cópias, tais como: certidão de nascimento; certidão de casamento; certidão de óbito; inventários e escrituras. Contatos: tele-apers@seplag.rs.gov.br ou (51) 3288-1300.

CONSULTA ON-LINE: possibilita ao usuário consultar os documentos já descritos no Sistema de Administração de Acervos Públicos – AAP. Se o usuário desejar realizar a consulta local basta fazer sua solicitação no Balcão Virtual. Clique aqui para fazer sua consulta.

SALA DE PESQUISA: Disponibilização de fontes primárias, para consulta local, a historiadores, acadêmicos, genealogistas e demais interessados. Atendimento das 8:30h às 17:00h. Para saber mais clique aquiContatos: saladepesquisa@seplag.rs.gov.br ou (51) 3288-1375.

VISITAS GUIADAS: visita pelo interior do APERS com a proposta de conhecer o acervo e a estrutura do complexo arquitetônico formado por dois prédios em estilo neoclássico, projetados para a guarda e conservação de documentos e um terceiro prédio em estilo moderno. Oferecemos, semanalmente, visitas guiadas com duração de 1h30min, nas segundas-feiras às 14h30min e nas sextas-feiras às 10h.

* Devido ao piso dos prédios I e II ser de ferro vazado, pedimos que os visitantes não utilizem sapatos de salto fino. Contatos: visitas@seplag.rs.gov.br

SISTEMA DE ARQUIVOS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL (SIARQ/RS): assessoria quanto a procedimentos de gestão documental, envolvendo toda a administração direta estadual e municípios gaúchos interessados, com as seguintes atividades técnicas: levantamento da produção documental, avaliação, arranjo, classificação, descrição e preservação. Clique aqui para mais informações. Contatos: siarq-apers@seplag.rs.gov.br ou (51) 3288-1351.

OFICINAS DE EDUCAÇÃO PATRIMONIAL: Reconhecendo seu potencial como espaço educativo e cultural o APERS desenvolve oficinas de Educação Patrimonial. As atividades são destinadas aos estudantes da Educação Básica, que vêm ao Arquivo não apenas para conhecer seus espaços e ter contato com fontes primárias, mas também para participar de um exercício de apropriação e reflexão crítica sobre patrimônio. Hoje são oferecidas duas oficinas para o Ensino Fundamental: “Os Tesouros da Familia Arquivo”, para 5ª e 6ª séries, “Desvendando o Arquivo Público: Historiador por um dia”, para 7ª e 9ª séries, e “Resistência em Arquivo: Patrimônio, Ditadura e Direitos Humanos”, para estudantes do Ensino Médio. Ao longo das oficinas são debatidos conceitos como memória, história, patrimônio, identidade e cidadania. A participação é gratuita e realiza-se mediante agendamento prévio. Contatos: acaoeducativa@seplag.rs.gov.br ou (51) 3288-1359.

O caso Joanna Eiras, ou Massera, envolvida em dezenas de processos criminais, destaca-se: injúria, difamação, espancamento, agressão, aliciamento de capangas, roubo e até rumores de assassinato, estando semanalmente nos jornais da época. Joanna relacionava-se bem com a alta sociedade porto-alegrense, escapando da justiça, cumprindo pena apenas uma vez. Era tida como chefe de bando, atuando desde o arrabalde da Tristeza à Colônia Africana.

Este processo-crime trata-se do assassinato do Capitão Jordão, seu genro, que segundo os relatos de época, teria espancado sua esposa, Maria Assumpção (filha de Joanna Eiras), motivo pelo qual teria mandado assassiná-lo. Vários relatos são feitos sobre as circunstâncias do crime, sendo culpabilizado Avelino Pedroso de Moraes, funcionário de Joanna Eiras.

Ela parece ter nascido na vila de Caçapava, em data imprecisa. Era casada com Joaquim Eiras, natural de Portugal. Tinha três filhos: Maria Assumpção, Álvaro Sergio e Francisca de Paula. Na capital, Joana morou em muitos lugares, desde o Caminho Novo à Cidade Baixa, vizinha ao Centro; da Tristeza à Estrada do Mato Grosso: do Centro à Colônia Africana, para finalmente fixar-se no arrabalde da Glória, onde hoje é o bairro Medianeira. Nestes diferentes locais da cidade, Joana teve propriedades. Esta Joanna, analfabeta e proprietária de imóveis, a deslocar-se pela cidade, a envolver-se no mundo da contravenção, personagem de vários processos, tornada figura pública no jornal por seus desmandos, não era uma qualquer, embora cometesse crimes. Ironicamente, foi mãe de um respeitado criminalista da capital, o advogado e deputado estadual Álvaro Sergio Massera, companheiro de Faculdade de Direito de Getúlio Vargas!

Joanna foi acusada, em um processo movido contra o seu marido Joaquim Eiras, como coadjuvante de uma agressão e injúria contra um vizinho. Ela também fazia séries de incidentes de perturbação da ordem que marcariam sua trajetória na cidade. Em janeiro de 1885, Joana perdeu seu marido, morto pela polícia durante uma troca de tiros. Os policiais procuravam criminosos que eram acoitados pelo casal em sua residência, na localidade da Tristeza, no distrito de Belém. Em junho de 1889, a filha de Joanna se casou, em cerimônia realizada na Catedral de Porto Alegre, com o Capitão Jordão Antunes d'Almeida. Logo após, em data não encontrada, Joanna se casou com Domenico Thiberti. Este, porém, morreu no Rio de Janeiro sem deixar bens ou filhos. No ano de 1893, a sete de outubro, Joanna casou-se novamente – pela terceira vez – com Giuseppe Massera, de 27 anos, natural de Torino, na Itália. Nesta ocasião, ela tinha 37 anos. Em 1896, num Chalet situado na Colônia Africana, localizada nos limites da cidade, ocorreu um assassinado que envolveu o nome de Joanna Eiras. A vítima era o Capitão Jordão Antunes de Almeida, genro de Joanna. Além desta, também a esposa do Capitão Jordão, Maria Assumpção, foi arrolada com suspeita do crime. Segundo foi apurado no depoimento feito por Lucia Luterrotti, “o casal era dado a brigas violentas, a tal ponto que Jordão era obrigado a refugiar-se fora de casa, para escapar dos golpes que lhe dava sua mulher...”. Teriam, mãe e filha, se juntado para se livrarem de Jordão? Além de Joanna e de sua filha, um moço de nome Avelino Pedroso de Moraes também era suspeito do crime. O rapaz era conhecido de Joanna. Segundo apurou a polícia, Avelino era um sujeito de péssimo comportamento e desertor da Guarda Nacional. Conforme vários processos movidos contra Joanna, esta lidava freqüentemente com pessoas que viviam na marginalidade, no mundo dos turbulentos. Em várias ocasiões, Joanna fez uso dos serviços destes homens para espancar desafetos e coagir habitantes dos arrabaldes da cidade. Em muitas oportunidades, Joanna contou com o auxilio de pessoas influentes na cidade para se livrar de crimes imputados a ela. A questão da impunidade, segundo Sandra, parecia mesmo acompanhar a trajetória de Joanna. Em dois de setembro de 1896, o processo referente à morte do Capitão Jordão se encerrou. A acusação contra Joanna foi considerada improcedente pelo juiz Antônio Fausto de Souza. Em dezembro do mesmo ano, Avelino foi declarado culpado, recebendo do tribunal do júri a sentença de 30 anos de prisão. Maria Assumpção, apontada como mandante do crime, não chegou a ser pronunciada. Após o julgamento, aventou-se a possibilidade de Maria e Avelino serem amantes. De pequenos e grandes crimes, de modestos ou avantajados golpes, muitos deles na rrados na obra em tela, Joana Eiras continuou a viver impunemente na cidade, e ia aumentando seu patrimônio.

Fonte: PESAVENTO, Sandra Jatahy. Os sete pecados da capital, Porto Alegre, Brasil, Editora HUCITEC, 2008, 455 p.

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